- Huambo - O atleta Valdemiro Celestino, de 21 anos de idade, que em Janeiro deste ano foi considerado o melhor jogador do campeonato nacional de juniores, que aconteceu na cidade do Huambo, está a representar uma equipa amadora do Girabairro na província do Huambo, depois do seu clube de formação (Benfica do Huambo) ter extinguido a categoria de sénior.
Em declarações hoje, à Angop, o pai do atleta, Oliveira Sapalo Celestino, mostrou-se preocupado com tal situação, que, no seu entender, demonstra a pouca atenção que é dada ao futebol jovem no país, apesar de ser o garante da continuidade da modalidade.
"É frustrante ver um jovem com uma enorme margem de progressão, que chegou a ser considerado o melhor numa prova que reuniu quase 200 atletas da sua idade, estar a jogar no Girabairro, por falta de oportunidades", desabafou.
Oliveira Celestino culpa a direcção do Benfica do Huambo pelo facto de o seu filho não estar a jogar na I divisão, pois, segundo ele, depois do nacional de juniores chegaram ao clube das "águias" várias propostas, porém recusadas.
Entre os clubes da I divisão que estavam interessados no jovem jogador, que actua na posição de lateral esquerdo, Oliveira Celestino apontou o Desportivo da Huíla e o 1º de Maio de Benguela.
"O clube de formação do meu filho, o Benfica do Huambo, fez algumas exigências para ceder o atleta, as quais foram recusadas pelos interessados", explicou.
O secretário-geral das "águias", António Sayombo, embora lamente a condição em que está votado o melhor futebolista jovem da época 2014, nega qualquer responsabilidade do clube, já que, segundo disse, não receberam qualquer proposta pelos préstimos de Valdemiro Celestino.
"Realmente é triste, saber que um jovem com a qualidade que ele tem não lhe é dada oportunidade para mostrar o seu valor. Ainda que fosse na II divisão. Da nossa parte temos todo o interesse de negociar com os clubes interessados a cedência dos nossos jogadores jovens que transitaram para sénior, por não termos esta categoria", manifestou.
António Sayombo acredita que na condição de Valdemiro Celestino estarão outros jovens habilidosos que representaram as respectivas equipas de formação no campeonato nacional de juniores, realçando que este caso deve servir de reflexão sobre a politica de desenvolvimento desportiva, partindo dos escalões de base.
"De nada valerá estarmos a formar jogadores, com muito sacrifício e custo financeiro, se depois não existem clubes para absorverem estes jovens", disse.
Fonte: Angop/gbu/aRT