Patrice Lumumba "Só ficarei feliz quando a África for política e economicamente livre".

AFRO-PESSIMISTA

"Só ficarei feliz quando a África for política e economicamente livre".

                                                                  = Patrice Lumumba =

Sim... Sou um afro-pessimista.
Sou aquele que não vê futuro risonho ao andar dessa carruagem eivada de políticos malabaristas, cujos discursos se acham imbuidos de promessas antiquíssimas e nunca realizadas. Como posso depositar crédito numa farândula revestida de um raio de hipocresias, que se dizem «líderes» de um povo que segundo a segundo perece como míseros cães vadios, que deambulam por aí sem dono?!

Não concebo que me venham com discursos levianos sobre a qualidade de vida, quando aqueles que os proferem são os mesmos que se nos ferem com o seu despotismo pelo facto de pensarmos diferente! São os mesmos que se apossam da Riqueza das Nações e dela fazem propriedade individual; são os mesmos que assaltam o erário público e nos têm assalariado com as migalhas que se lhes restam da roubalheira escancarada.

A África foi desnorteada pelos chefes que se acham prostrados ante a supremacia Ocidental. Não vale responsabilizarmos o Ocidente pelos males que se desenrolam nesta terra; não vale culpabilizarmos essas potências pelas fissuras contidas nestes governos e suas políticas; não se recomenda olhar para Eles como a essência das nossas desgraças! Não colhe, porquanto nos temos arrogados independentes e senhores do próprio nariz.

Seremos nós independentes quando ainda se depende: tecnológica, financeira, cultural e politicamente daqueles que noutrora se nos tinham como propriedade?! Que tipo de independência é essa que vós tendes bradado aos quatro ventos?! Onde está a vossa cultura?! A vossa religião? Onde está a vossa sapiência que tendes advogado em vossos discursos?! Onde estão as bases para a purificação das mentes imundas com a futilidade do consumismo moderno?!

Há 53 anos que nada fizestes para o bem dos vossos povos. E quando julgastes terdes feito algum bem, não percebestes por quais razões o povo vos traiu e deixou-se ludibriar pelos sofismas de vossos inimigos, assim se deu na Líbia. Porém, vos olvidastes de transmitir uma EDUCAÇÃO PATRIÓTICA, levando o indivíduo a:

1° ser cidadão de seu país;
2° ser cidadão africano;
3° defender os interesses que se vinculam ao seu continente;

Este dia não é para comemorar patavina de liberdade nenhuma, serve, e deve, para ponderardes sobre OS PORQUÊS DE CONTINUARMOS NO ABISMO DA PODRIDÃO MUNDIAL; porquanto a minha pobre África é sinónimo de miséria; fome; pobreza extrema; guerras; conflitos entre instituições estaduais; partidos políticos na ância pelo poder, enfim. Um leque de realidades estupidificadas, quando, em abono da verdade, se poderiam ponderar caso PENSÁSSEMOS GLOBALMENTE E AGÍSSEMOS LOCALMENTE, em prol da comunidade, pois, comunidade somos eu e tu e, portanto, UBUNTU.

Mas esses miseráveis em espírito de irmandade não compreendem a línguagem da comunidade, como as compreendiam Nyerere, Nandi Azikiwe, Fue Boni, Nkrumah, Malcom-X, Diop, Ngola Kiluangi, Mandume Yandemofai, DuBoi, Silvester William e tantos outros pan-africanistas que se diziam impavidamente filhos da África.

É mister fazermos uma introspecção sobre o futuro da África sob a governação desses mentecaptos que estão a formar discíplos, se não nos arriscamos a ter todo um continente alienado!

É deplorável.
Tenho dito.

Ens Rationis.

Créditos: Nguvulu da Gama